Crítica - Rubber (2010)



FICHA TÉCNICA:

Título Nacional: Pneu
País Origem: França
Realizador: Quentin Dupieux
Género: Comédia / Terror
Duração: 82 minutos







Andei com este filme na cabeça durante muito tempo, mas só agora ganhei coragem para o ver. Se nunca ouviram falar de Rubber, nem sabem do que se trata, vão ficar a perceber o porquê de eu o andar a evitar. 

O filme inicia com uma personagem a dirigir-se directamente ao espectador, este argumenta que o filme não tem qualquer objectivo, e que o que iremos ver em seguida, não irá ter uma explicação aparente. A personagem desenvolve ainda mais, e indo buscar exemplos de filmes famosos, deixa perguntas no ar, como por exemplo: “porque é que no filme de Steven Spielberg E.T.: The Extra-Terrestrial, é o E.T. castanho?” ou “porque razão em The Pianist de Roman Polanski, a personagem tem que se esconder e viver como um vagabundo quando toca piano tão bem?”, a resposta: “por razão nenhuma”. E é com esta premissa que surge Rubber.


Rubber conta a história de um Pneu de seu nome Robert, sim é verdade, pode parecer e soar absurdo, mas este é realmente a personagem principal do filme, um pneu de borracha, que bem podia ser o do seu carro. Robert que terá sido previamente abandonado num deserto, ganha vida em circunstâncias misteriosas, e que depois de aprender a “andar”, descobre que tem poderes telepáticos, o que lhe permite destruir as cabeças de quem se intromete no seu caminho, tornando-se assim num serial killer perseguido pela polícia. Não fosse esta ideia por si só, já peculiar o suficiente, não fica por aqui, pois Robert enquanto deambula pelo deserto, depara-se com uma jovem (humana), pela qual se apaixona imediatamente. 

Um filme com uma história muito sui generes e que dificilmente será do interesse de todos, mas que apesar de tudo prima pela originalidade do argumento e pela muita qualidade que apresenta, tanto a nível da fotografia como da própria realização, chegando mesmo a dar a sensação que estamos perante um objecto com vida e com sentimentos reais. 


Indo mais a fundo em relação a Rubber, e esta foi a ideia geral com que fiquei, que este procura abordar de uma forma muito peculiar, a ideia de que tudo o que acontece na nossa vida, não tem que ter uma explicação, que simplesmente acontece sem razão aparente. Uma metáfora que o realizador usa com muita perspicácia nesta obra.

Este filme ainda tem mais que se lhe diga, com twists e alguns momentos memoráveis, que dificilmente o vão deixar indiferente, mas que deixo ao seu critério, a possibilidade de os poder descobrir por si. 

Qual a razão de se fazer um filme com uma premissa tão peculiar? Nenhuma. Qual o motivo para você assistir a este filme? Depois de ver o trailer, se não estiver interessado, é porque não haverá razão nenhuma para o fazer.


Nota: 5.5/10

Crítica por Paulo Saraiva 

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